Kuripe de bambu

Imagine uma cerimónia de cura tradicional que envolva tomar rapé. A maioria de nós criará a imagem mental de um círculo de indivíduos num ambiente sagrado, partilhando este medicamento espantoso em comunhão, ligando a sua energia e espíritos à medida que absorvem o poder e o calmante deste rapé xamânico.

E embora essa imagem represente certos aspectos de algumas cerimónias realizadas por diferentes comunidades indígenas, devemos também considerar a ideia de simplesmente participar nesses ritos por nós próprios, experimentando uma viagem única enquanto trabalhamos para nos curarmos.

Os kuripes são o instrumento perfeito para estes rituais individuais. Estes cachimbos artesanais têm a forma de um V, com uma extremidade mais comprida destinada à narina e uma extremidade mais curta que será pressionada contra os lábios do utilizador.

O bambu tornou-se um material amplamente conhecido para o fabrico de cachimbos de kuripe, uma vez que é leve e fácil de esculpir. Além disso, este material é bastante abundante na natureza, o que torna o seu acesso mais fácil e económico, tanto para os produtores de auto-aplicadores de kuripe como para os consumidores que adquirem os produtos finais.

Embora os cachimbos de kuripe feitos de bambu possam parecer frágeis a um olho destreinado, este material provou ser bastante resistente e durável para o fabrico de auto-aplicadores de rapé. Para além disso, um kuripe de bambu é uma opção amiga do ambiente para quem deseja participar na viagem sagrada da medicina tradicional e da cura natural.

A Medicina Sagrada obtém a maior parte do bambu utilizado na confeção do nosso kuripe no município de Tarauacá, no norte do estado do Acre, Brasil. De acordo com a pesquisa realizada pelo governo local e pela Embrapa Acre, o estado tem a maior extensão de plantações de bambu em todo o Brasil, abrangendo até 11 milhões de hectares.

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O artesanato especializado e cuidadoso envolvido na confeção dos nossos kuripes é um belo produto da nossa parceria com o povo Kuntanawa.

De acordo com uma coleção sobre os recursos de bambu produzida por diferentes institutos e autores, a América do Sul está logo a seguir à Ásia em termos de maior diversidade de bambu, especialmente em torno das regiões do Chile e da Colômbia, e estas espécies são frequentemente referidas como fazendo parte de uma variedade "neotropical".

No México e em certas regiões da América Central, o bambu também floresce. No entanto, ao contrário das espécies de Phyllostachys que crescem mais comummente na China e na América do Norte, por exemplo, os tipos "latinos" desta planta são aglomerados em vez de corredores, o que significa que não são tão invasivos, uma vez que as novas plantas que emergem do grupo tendem a crescer e a permanecer perto do espécime "parental".