Huni Kuin Rapé - Uxi

O Rapé mais verdadeiro

Entre os inúmeros e maravilhosos Rapés medicinais dos Huni Kuin, a receita xamânica que incorpora o espírito da árvore conhecida como Uxi Amarelo merece uma atenção especial. Ao colaborar com os fabricantes deste produto tradicional, a Sagrada Conexão amplia a nossa coleção de rapés e, ao mesmo tempo, contribui para a economia e eleva o alcance desta cultura fantástica a todo o mundo.

O nosso Huni Kuin Uxi Rapé é especialmente especial - isso mesmo, duas vezes mais especial, e por duas razões!

Em primeiro lugar, a base desta receita carrega a força do tabaco plantado e colhido localmente, pelas próprias mãos dos Kaxinawá. Embora pareça um conceito intuitivo, hoje em dia é cada vez mais difícil encontrar produtos feitos com tabaco plantado como parte dos costumes regulares de colheita dos povos nativos estabelecidos no território da Bacia Amazónica, uma vez que estes adquirem o seu próprio tabaco a distribuidores. Por isso, a especial especial deste Rapé está na sua originalidade!

Em segundo lugar, mas não menos importante, o encanto deste rapé provém da Endopleura uchi, uma árvore popularmente conhecida como Uxi Amarelo ou Cumatê/Pururu, pertencente à família Humiriaceae, categorizada por alguns gêneros categorizados como plantas medicinais. Essa árvore foi inclusive objeto de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, cujas observações buscaram determinar e denotar em termos científicos o que já é de conhecimento dos Huni Kuin: que a planta Uxi, assim como muitas outras, pode ser bastante benéfica para o tratamento de certas doenças e para a saúde do corpo físico.

O Uxi Amarelo é rico em componentes como taninos, saponinas e cumarinas, que enriquecem esta planta com efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios, antibacterianos, diuréticos e imunológicos. Estes podem aumentar a resistência do organismo a agentes nocivos, proteger órgãos como a bexiga e o útero, constituindo uma alternativa de tratamento natural adequada para problemas como artrite, endometriose, infecções urinárias, cólicas menstruais e regulação.

Além disso, tem sido tradicionalmente utilizado para ajudar em casos de asma, dores de estômago, gastrite, infecções, pedras nos rins, colesterol e até reumatismo.

Para o nosso Rapé, utilizamos as cinzas da árvore Uxi Amarelo, que conferem um agradável aroma a esta receita!

Huni Kuin ou Kaxinawá?

O nome Huni Kuin, que também pode ser escrito como Huni Kuĩ, é um nome que carrega a idéia de "verdade" e, por isso, os membros dessa comunidade são conhecidos como o "povo verdadeiro" ou o "povo da verdade", termos que englobam todos os subgrupos que compõem essa família indígena, parte do grupo lingüístico Pano.

Para se identificar, esse grupo também utiliza outro termo "de dentro": Kaxinawáque vem da junção das palavras Kaxique significa "morcego", e Nawaque significa "povo". Esta designação que se torna semelhante a "Povo Morcego" advém de interações que remontam às origens da constituição desta comunidade como um grupo solidificado, na dinâmica dos subgrupos que a compõem para identificar aspectos comuns a determinadas partes da sua cultura, como o vestuário, os costumes culinários, as práticas ritualísticas e quotidianas, e até na linguística.

Em ambos os casos, os Huni Kuin ou Kaxinawá são um grande e rico grupo, cujos rituais e cerimônias são igualmente variados e únicos, e de extrema importância para o cenário da Bacia Amazônica e para a cultura brasileira, especialmente nos aspectos relacionados à medicina sagrada. De acordo com o censo realizado pela FEPHAC (Federação do Povo Huni Kuin do Estado do Acre) em 2007, residiam no Brasil cerca de 14 mil indivíduos que se identificam como pertencentes ao grupo Huni Kuin. Hoje, é muito provável que esse número só aumente. Maior comunidade do estado do Acre, na região Norte do Brasil, eles estão distribuídos em 12 terras indígenas, entre elas a do Alto Rio Purus e a do Igarapé do Caucho, que somam cerca de 286 hectares.

A importância da cultura

Hoje em dia, os líderes comunitários estão a fazer esforços para enfatizar a importância de divulgar as suas tradições e cultura orais, quer através da criação de programas ou da adaptação de escolas/aulas para recuperar um aspeto tão central do seu património. Não só a sua língua, mas também as práticas quotidianas e até os conhecimentos medicinais. Tais processos só enriqueceriam e reforçariam as suas tradições e laços.

É através da comunicação tão própria dos Kaxinawá que indivíduos de diferentes subgrupos podem se unir em programas de intercâmbio cultural, incluindo até mesmo práticas e conhecimentos relacionados a aspectos medicinais, algo de suma importância para a própria sobrevivência, além de ser uma forma primordial de subsistência, considerando todo o processo que flui desde o momento da plantação e cultivo das ervas e flora local, até a colheita e venda de produtos tradicionais como os próprios Rapés oferecidos pela Conexão Sagrada.

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